Piloto de parapente desde 1993. Iniciou a competição em 1995.

Campeã Nacional Feminina: 2002 a 2015
Renovação do título de Campeã Nacional: 2017
Classificação Geral Pré Europeu 2017: 12º lugar

sábado, 25 de setembro de 2010

25 Setembro
Alô  a todos
Há uns anos atrás quando fiz parte do circuito internacional de provas de parapente (PWC), com a Ventus Team, recordo-me de em algumas mangas ter pensado “Como é possível voar nestas condições??!!!” E a verdade é que os pilotos de então já voavam condições consideradas duras, por vento forte, nuvens com algum desenvolvimento, muita turbulência, enfim. Voavam e mais de 70% dos pilotos faziam a meta...
...Hoje a manga desenhada tinha 107 km de distância, muito vento à mistura, e mais o adicional das nuvens em perfeito desenvolvimento,  para congestus, no final da crista, e cumulos bem “anafadinhos”, mais perto da descolagem e sobre esta tambem. 

Descolei neste cenário, desta vez pedindo ajuda ao Director de Prova - Semih, que ma deu muito bem. No ar senti-me confortável, pois aqui ou nos habituamos a estas condições ou ...habituamo-nos J
Com 3000 mil metros saí para o start, a perder altura rapidamente e deseperadamente , a tentar chegar à segunda montanha onde vi alguns pilotos a enrolar termica, no lado esquerdo da montanha ( a zona aquecida e a barlavento). Cheguei muito baixo, e continuei  a tentar garantir qualquer bafinho termico, o que não aconteceu, e acabei por ficar demasiado baixo e numa zona má, rochosa e floresta sem zona de aterragem.
Tive um assimétrico, seguido de Twist com rotação violenta e embate foçado nas árvores. Não fosse ter aparecido uma familia no tractor, que me ajudou a retirar a asa das árvores, ainda estaria lá agora...
...a equipa rescue da organização surgiu depois de algum tempo, e a partir daí foi apoio total de ambulância para Hospital, tirar RX ao pé magoado, e saber que está só magoado...e pagar 187 liras turcas, de despesa hospitalar.  Ninguem sai do hospital sem pagar, mesmo com as declarações de seguro que tive de mostrar. A não ser que seja  acidente major, segundo o que a  Direcção Hospitalar me explicou, nessa situação não vão pedir ao desgraçado que pague a conta...tratam com as seguradoras.
Problema de hoje: Forcei a situação, acreditei que chegaria ao local onde estavam a subir...e não quis assegurar uma boa aterragem, quis voar a todo o custo.
A grande lição de humildade: depois de mais de duas horas que este senhor com cerca de 50 anos esteve a judar-me a retirar a asa das árvores, a subir acima delas e a expôr-se ao perigo de uma queda, eu quis dar dinheiro para ele ou para os miudos que ele tinha consigo, e este senhor negou...não quis aceitar e ainda me abraçou carinhosamente. Não há palavras, porque nem sei falar a lingua dele e ele só fala mesmo o turco...mas a emoção ainda agora a sinto.
Vou tentar ficar bem, para continuar a voar por terras turcas, mas ainda nem vi o estado da asa... e a minha amiga Xian Pin Hou já me ofereceu a sua medicina chinesa, associada a gelo.
Fica uma imagem inicial da asa “abraçada” ás árvores, antes da chegada da familia que me ajudou.


Abraço
Silvia

6 comentários:

Evandro Amaro disse...

Xi mulher. As rápidas melhoras para o teu pé e o teu ego. Ainda bem que não houve nada de muito grave. Ânimo!

Evandro

Henrique Marafado disse...

Força amiga, as melhoras para o teu pé. E que a tua asa esteja em optimo estado para continuares os teus voo em terras Turcas.
Boa sorte amiga.

Henrique Novais

ClOudyo disse...

Ha 2 tipos de pilotos: os que ja arborizaram e os que ainda vao arborizar... mas aleijar nao vale! :) boa e rapida recuperacao! e bom voo amanha! vemo-nos no GOLO! ;)

Manuel disse...

Que a asa a deixe voar em condições. Melhoras para o pé! Ainda bem que tem tido tanto apoio e carinho das gentes turcas.
Um abraço, bons voos!
Manuel Mancelos

Eugénio de Almeida disse...

Que Ele esteja sempre contigo...melhoras....e estamos juntos.Bons voos e melhores aterragens.Geno

Sandra Lopes disse...

As melhoras rápidas.

Jinhos