Piloto de parapente desde 1993. Iniciou a competição em 1995.

Campeã Nacional Feminina: 2002 a 2015
Renovação do título de Campeã Nacional: 2017
Classificação Geral Pré Europeu 2017: 12º lugar

sábado, 2 de outubro de 2010

Hoje terminou a Super Final da Taça do Mundo em Parapente, que decorreu em Denizli – Turquia.

A manga de hoje foi traçada com 39 km de percurso entre  “zig zag” de balizas, com fim de meta em Pamukkale,  debaixo de um ceu completamente 100 por cento tapado de nuvem e cirros, solo completamente à sombra, e, ainda, previsão confirmada na descolagem, de vento de Norte (vento de costas).

Foi decidido que a descolagem seria de Elapse Time, ou seja, cada piloto descola no momento que quer (de acordo com as classificações na  prova), depois da janela aberta e o tempo de corrida começa a contar no momento do seu start individual.

Apesar das condições muito dificeis, há um grande numero de pilotos no golo. Eu, infelizmente não!

Termina a prova e termina este “diário” tambem. Mas, apesar de não ter História, levo comigo para casa muitas histórias, matéria de reflexão ... e o carinho da vossa presença enquanto leitores deste meio literário.
Obrigada a todos,
muito obrigada por terem estado desse lado aí, com a vossa atenção e mensagens que me foram enviando, que foram muito importantes para mim, em todos os momentos. Deram-me muita força, e ajudaram-me a superar alguns menos bons momentos, e fizeram-me sentir melhor ainda nos momentos bons. :)

Deixo umas imagens convosco do ceu e da descolagem de hoje, e já agora, brincando acerca de uma das imagens,  qual será a diferença entre descolar com vento de frente ou de costas?

Abraço, e até sempre

Silvia Ventura






sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Alô a todos
Hoje é o penúltimo dia de prova da Super Final da Taça Mundo em Parapente
Fomos para a descolagem habitual. Com as previsões de tecto a 2900 metros e vento entre os 10 e os 15 nós, estabeleceu-se uma manga de 80 km, com balizas espalhadas ao longo do vale e das cristas de montanha. As espectativas estavam em alta, até porque os primeiros sinais de confluência – as nuvenzinhas - começaram a surgir cedo, sem que houvesse previsão de desenvolvimento das mesmas.

A   janela da prova abriu, e hoje, ao contrário dos dias anteriores, as descolagens dos pilotos decorreram de forma pacífica, sem os gradientes térmicos tão fortes, e de acordo com as classificações da prova.

Descolei bem, e consegui, ao fim de pouco tempo, centrar uma térmica fraca, com alguma deriva, que fui corrigindo. Ao fim de pouco tempo, estava a 2200m, e com 130 pilotos à volta, num curto espaço fisíco, porque estavamos a 3 minutos do ínicio do start. Resolvi afastar-me um pouco, porque, minha nossa, houve 10 ou 12 pilotos que começaram a enrolar o mesmo núcleo que eu, mas mil vezes( J) mais rápidos que eu, e comecei a gritar a pedir-lhes desculpa – Sorry, Sorry -  porque senti que estava a atrapalhar o grupo. Estes pilotos com estas super asas parecem quase ventoinhas à minha volta...
Por duas vezes saí do “carrossel” e parti em busca da minha térmica, mas lá vinham alguns pilotos ter novamente ...fizemos um Start de prova praticamente todos muito perto uns dos outros, e relativamente à mesma altitude – 2200m, e saímos para o plano. E aí continuou a abismal diferença: eu fui indo, e a perder altura, eles foram quase de uma só vez, quase sem perder altitude.
O plano, esse estava bem diferente daquilo que se esperava. Subitamente apercebi-me que em vez das nuvens que lá tinham estado havia pouco mais de 1h atrás, já só se encontravam cirros, e que em vez de estar com acção térmica, estava super estável. A primeira baliza localizava-se no plano, a sensivelmente 8 km de distância. E foi nessa área que acabei por aterrar, tendo sómente conseguido alguns ameaços de ar ascendente, que não se concretizaram em térmica, e que surgiram a uma altura de 15 metros do chão, ao qual, desta vez optei por assegurar a aterragem.
Problemas de hoje: provavelmente a entrada de cirros, que tornou o ar demasiado estável.
Lição de humildade: vão, concerteza, chegar mais de 70 ou 90 pilotos à meta. Parabens a todos esses pilotos.

Deixo-vos algumas imagens dos momentos prévios ao ínicio da prova, na descolagem.
Adoraria tirar fotos aos momentos lindissimos que antecederam o Start, no ar, quando estive com todos estes “pilotaços”, a 2200metros de altitude, mas a verdade é que as mãos têm mesmo que estar a segurar os manobradores da asa!! J J